sexta-feira, 20 de setembro de 2013

'Mais legal do que 2 anos atrás', Metallica domina 85 mil pessoas

"O-Metallica-não-é-mais-metal!" "O Metallica desceu ladeira abaixo após o 'St. Anger' [ou após o 'Load'. Ou após o 'Reload']!". Essas são algumas das frases mais presentes nas discussões entre metaleiros (homenagem aqui a Leilane Neubarth*) pelo Brasil ou pelo mundo. Mas algum headbanger em sã consciência despreza escutar o dedilhado do baixo distorcido de "For whom the bell tolls" ao vivo e in loco? Ou os helicópteros que precedem "One"? Ou o riff de "Enter Sandman"?
E na opinião do próprio Metallica, o show da noite desta quinta (19) foi uma performance superior à vista no Rock in Rio 2011, "mais legal do que dois anos atrás", nas palavras de Lars Ulrich. Foi a sexta passagem do quarteto californiano pelo Brasil. A novidade e a surpresa já não são fatores primordiais. Mas permanece grande o impacto para quem deixa de lado (ao menos momentaneamente) a discussão se eles se tornaram "um bando de vendidos". O Metallica ainda é um dos grupos com mais força ao vivo.
A performance começou oficialmente à 0h30 ao som de "It's a long way to the top (if you wanna rock'n'roll), do AC/DC, mas as vaias não paravam por conta do atraso de 25 minutos. Só quando Clint Eastwood surgiu no telão que todos sossegaram. "Ecstasy of gold", música do filme "Três homens em conflito" feita pelo trilheiro Ennio Morricone, ainda segue como o tema de abertura do show, acompanhada pelos "ôôôôs" dos fãs. Novidade, convenhamos, não está no topo das prioridades do fã de metal. Então tudo certo.
James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo entram no palco e tocam "Hit the lights", de quando a banda era de thrash metal (e todos concordam que o Metallica não é mais thrash, o subgênero do metal caracterizado pelo ritmo veloz e os "socos" na bateria). "Master of puppets" veio na sequência.
No primeiro contato mais longo com o público, Hetfield diz "isso é o meu trabalho e olho para tudo isso [o público]. Está lindo. Espero que vocês estejam se sentindo tão bem quanto eu estou".
O repertório desta noite foi dominado pelas músicas mais conhecidas da carreira. Foram 18 músicas em que poucos clássicos indiscutíveis ficaram de fora ("Fade to black"?). "Enter sandman", "One", "...And justice for all", "Welcome home (sanitarium)" e "Creeping death" estiveram presentes. O baixista Robert Trujillo e o guitarrista Kirk Hammett tiveram momentos de solo (o último chegou a tocar o tema de "Star wars" e a marcha imperial de Darth Vader.
De bom humor, Hetfield comenta que assistiu a alguns da noite do Rock in Rio. "Eu vi o Ghost BC. Ficaram assustados? Teve também Alice in Chains e aí a gente veio aqui e estragou a noite", arrancando risos da plateia.
Ao final, o guitarrista e vocalista brinca e finge que não há mais espaço para nenhuma música. Gesticula que tem que pegar o carro e ir embora, dormir, até "ceder" e atender o pedido do público para tocar "Seek and destroy". Bolas pretas com o logo da banda são arremessadas. A música acaba e os quatro começam o ritual de ir a todos os lados do palco e atirar palhetas e baquetas.
"Nós temos prazer em estar aqui", afirma Hetfield. E dentro de um show altamente profissional, em que rituais e piadas durante turnês se repetem, Lars Ulrich diz que, sim, admite que apreciou mais a performance deste ano. Provavelmente o público concorda. 
*O termo "metaleiro" foi consagrado na TV pela jornalista Leilane Neubarth durante a cobertura do primeiro Rock in Rio. Nunca foi muito apreciado pelos fãs do metal.
(G1 Notícias)

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