(Foto: Luciano Sbrioglia / Acervo pessoal) |
No último sábado (28), o fazendeiro João Júnior Alves Guimarães que possui propriedade perto do Lagoão foi ao Ministério Público Estadual, ao Naturatins e ao Ibama fazer uma denúncia sobre a situação do lugar. Ele disse que mora na região há mais de 30 anos e que nunca tinha visto a água baixar tanto. "Todos os anos, na época da estiagem a água baixa, mas não a ponto de secar como agora."
O arquiteto Luciano Sbroglia, amigo do fazendeiro, foi ao local no sábado e fez um vídeo que deu embasamento à denúncia. Ele disse que ficou impressionado com a quantidade de tartarugas, peixes e arraias mortas por causa da seca. "São incontáveis, por isso tomamos a decisão de registrar e fazer a denúncia", argumentou. De acordo com Sbroglia normalmente o Lagoão chega a medir 150 alqueires, o que equivale a cerca de 960 campos de futebol, mas que hoje só resta lama em um pequeno espaço.
A bióloga e gerente do Naturatins, Helen Gomes da Silva, disse que as causas da seca vão ser investigadas, já que próximo ao lago existe o Projeto Rio Formoso de cultivo de arroz e que pode estar sugando a água. "A falta de chuva e o projeto que suga a água podem ter acarretado o problema. Nós vamos fazer um monitoramento para que os projetos sejam fiscalizados e para que haja um controle sobre as variações da natureza", disse.
Além das tartarugas, as equipes de resgate encontraram um jacaré, que também foi retirado do local. Os animais foram levados para um ponto do rio Formoso, a 30 km do Lagoão. No caminho, a equipe teve que parar em uma propriedade próxima ao lago para molhar as tartarugas, que estavam desidratadas.
Há 20 dias representantes de órgãos ambientais também estiveram no local para resgatar 14 botos. No vídeo gravado pelo Ibama (ao lado) é possível perceber que ainda havia água no Lagoão, embora o nível já estivesse baixo e inadequado para a sobrevivência dos animais.
(G1/TO)
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